As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...
(Mario Quintana)
Comentários
Que lindo.
abração
Reconheci logo que o vi, pois realmente sou fã de suas palavras e trajetória.
Sou suspeito para falar dele, mas a escolha não poderia ter sido melhor. Parabenizar todos os pais, que assim como nossas mães, nos são tão caros e valorosos.
E mais uma vez, obrigado pelo comentário em meu blog. Realmente ando sumido, não tive férias, e assim o tempo para as postagens fica curto.
Abraço!
tem um selinho pra você no meu blog...
Beeijo grande!